quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Crianças - A Alma do Negócio

Foi lançado um documentário que aborda o tema da perda da infância pelos impacto da midia. As crianças deixam de brincar e passam a se portar com adultos incluindo no comportamento e na demonstração de emoções, como, estresse, angústias etc. Esse documentário é da Estela Renner é visa chamar atenção para o fato que muitos de nós estamos vendo isso e simplimente deixamos o fato passar em brancas nuvens. Para falar sobre o assunto Adriana Friedmann responsável pela folinha um suplemento infantil do jornal a Folha de São Paulo e também integrante do grupo Aliança pela infância concedeu uma entrevista a Revista Capitu. Veja algumas das passagens da entrevista.


Capitu — Qual a importância do brincar para as crianças? No que isso colabora para a formação da identidade e em que isso influi no adulto futuro?



Adriana Friedmann — O brincar é a linguagem das crianças, o canal através do qual elas expressam o que vivem, o que sentem, quem são, suas habilidades, interesses e potencialidades. Elas brincam e através do brincar vivem suas vidas e descobrem o mundo e as pessoas à sua volta. Elas se formam e se desenvolvem brincando e é através das suas brincadeiras, da sua arte, da diversidade de movimentos que elas irão experimentar seus corpos, suas emoções, seus valores, irão conhecer e se reconhecer. Brincar é essencial para a vida presente e futura das crianças, a oportunidade de serem em suas essencias mais profundas e de exercerem sua liberdade e criatividade.



Capitu — O que constitui a brincadeira? Socialização, diversão, aprendizado? Por que os brinquedos que as crianças seguidamente compram não as satisfaz? O que falta neles?



Friedmann — Os brinquedos são verdadeiramente pontes para a criança comunicar-se com os outros. Podem servir em muitos casos para saciar curiosidades ou como estímulos para diversas áreas de conhecimentos. Mas os brinquedos hoje são muito mais objetos de desejos 'líquidos' (na concepção do sociólogo Zigmunt Bauman), no sentido de serem descartáveis: as crianças rapidamente cansam deles, procurando outros que os preencham. São muito mais desejos passageiros de ter, possuir, mas ocos por não preeencherem os vazios existenciais e de afeto e atenção que as crianças pedem, através deles, para seus pais e cuidadores. O que falta nos brinquedos é eles serem partilhados com outras crianças e adultos pois eles se esgotam neles mesmos por não substituírem as profundas carências que as crianças de todas as idades e faixas sócio-econômicas têm hoje de insatisfação, pela falta de presença e de tempo do adulto para com elas.



Capitu — Os pais devem se preocupar com uma situação em que os filhos preferem comprar do que brincar? O que esses pais podem fazer para modificar esse cenário?



Friedmann — O caminho verdadeiramente importante está na reconexão desses pais com a criança que foram um dia e, a partir deste mergulho, retomar um caminho de comunicação com seus filhos através da partilha de brincadeiras, atividades plásticas, físicas, musicais, passeios, jogos, saídas, viagens, etc. Rememorar seja talvez a forma dos pais conseguirem compreender onde está a falta que seus filhos tentam preencher com o consumo desenfreado.



Fonte: Revista Capitu - http://www.revistacapitu.com/



Portanto nós enquanto educadores e cidadãos devemos estar atentos a formação da criança para que ela possa constituir sua identidade aos poucos. Somos nós adultos que devemos estar aptos para orientar as crianças e adolescentes conversando com eles e não deixando que a televisão e as midias o façam por nós. Lembremos que um dia já fomos crianças e passamos por situações semelhantes a que passam as crianças de hoje, assim poderemos refletir com segurança sobre a importância do brincar para criança com forma de socialização, aprendizagem de regras de convivência e outras condutas positivas para a vida adulta.


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